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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Poetas da Nossa Terra



A forca

Já que adorar-me dizes que não podes,
Imperatriz serena, alva e discreta,
Ai, como no teu colo há muita seta
E o teu peito é peito dum Herodes.

Eu antes que encaneçam meus bigodes
Ao meu mister de ama-te hei de pôr meta,
O coração mo diz – feroz profeta,
Que anões faz dos colossos lá de Rodes.

E a vida depurada no cadinho
Das eróticas dores do alvoroço,
Acabará na forca, num azinho,

Mas o que há-de apertar o meu pescoço
Em lugar de ser corda de bom linho
Será do teu cabelo um menos grosso.


Cesário Verde

2 comentários:

Anónimo disse...

Não sendo o meu Poeta de eleição,
tenho um grande carinho por Cesário.
Ele que foi o Poeta de Lisboa...
Boa semana.
Beijo.
isa.

Albertina Granja disse...

Embora triste, é um bonito poema de Cesário Verde...!!!
Tenha uma boa semana Andrade....