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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Poetas da Nossa Terra

Já Bocage não sou!... À cova escura

Já Bocage não sou!...À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui...
A santidade Manchei!...
Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!

Bocage


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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Poetas da Nossa Terra


Poema Aqueloutro


O dúbio mascarado o mentiroso
Afinal, que passou na vida incógnito
O Rei-lua postiço, o falso atónito;
Bem no fundo o covarde rigoroso.
Em vez de Pajem bobo presunçoso.
Sua Ama de neve asco de um vómito.
Seu ânimo cantado como indómito
Um lacaio invertido e pressuroso.

O sem nervos nem ânsia – o papa- açorda,
(Seu coração talvez movido a corda…)
Apesar de seus berros ao Ideal

O corrido, o raimoso, o desleal
O balofo arrotando Império astral
O mago sem condão, o Esfinge Gorda.

Mário de Sá Carneiro

domingo, 26 de setembro de 2010

Poetas da Nossa Terra

*** Trás outro amigo também***

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento

É meu amigo também
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

Zeca Afonso

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