
Castelo Do Bode
Dórdio de Guimarães
Dórdio de Guimarães
O tempo pasmou e parou em Castelo do Bode. No que outrora foi um vale
ameno das cercanias de Tomar, corre hoje o Zêzere contrariado do seu
fluxo original espraiando-se em uma albufeira a que a barragem dá um
sentido que serve o homem e não ofende. A natureza primitiva nisto
alterada adaptou-se facilmente sem amuos e fundou uma nova paisagem
e um novo passado, que a muito custo percebemos artificial. Os valores
imutáveis de sempre permanecem e a água que aqui discorre não deixa
de ser a água imorredoira e os pinhais e eucaliptais que a bordam não
deixam de suspirar a sua firme eternidade. A intervenção do homem em
nada afectou a vontade de Deus, antes emprestou-lhe um gesto mais,
restaurou-lhe de tom mais vivo um pormenor. (...)
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ameno das cercanias de Tomar, corre hoje o Zêzere contrariado do seu
fluxo original espraiando-se em uma albufeira a que a barragem dá um
sentido que serve o homem e não ofende. A natureza primitiva nisto
alterada adaptou-se facilmente sem amuos e fundou uma nova paisagem
e um novo passado, que a muito custo percebemos artificial. Os valores
imutáveis de sempre permanecem e a água que aqui discorre não deixa
de ser a água imorredoira e os pinhais e eucaliptais que a bordam não
deixam de suspirar a sua firme eternidade. A intervenção do homem em
nada afectou a vontade de Deus, antes emprestou-lhe um gesto mais,
restaurou-lhe de tom mais vivo um pormenor. (...)
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