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sexta-feira, 1 de março de 2013

Poetas da Nossa Terra


OLHOS  NEGROS


Por teus olhos negros, negros,
Trago eu negro o coração,
De tanto pedir-lhe amores...
E eles a dizer que não.
*
E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são;
Que os azuis dão muita esp'rança
Mas fiar-me eu neles, não.
*
Só negros, negros os quero;
Que, em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem sim..
.Nunca mais dizem que não.
*

in «Folhas Caídas e Outros Poemas»,
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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Poetas da Nossa Terra










Durmo
 dorme-me o prumo
encostado aos dentes de um cão
cravados na carne que me cai no chão.

O peito silente
é meu e já não sente,
nem amor nem nada,
nem dor nem nada,
nem nada.

Durmo
em fino arrumo,
pregado no contorno
e de cravos por adorno

Os cravos falam, gritam
e eu durmo calado.
Valdevinoxis

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