A forca
Já que adorar-me dizes que não podes,
Imperatriz serena, alva e discreta,
Ai, como no teu colo há muita seta
E o teu peito é peito dum Herodes.
Eu antes que encaneçam meus bigodes
Ao meu mister de ama-te hei de pôr meta,
O coração mo diz – feroz profeta,
Que anões faz dos colossos lá de Rodes.
E a vida depurada no cadinho
Das eróticas dores do alvoroço,
Acabará na forca, num azinho,
Mas o que há-de apertar o meu pescoço
Em lugar de ser corda de bom linho
Será do teu cabelo um menos grosso.
|
Cesário Verde
2 comentários:
Não sendo o meu Poeta de eleição,
tenho um grande carinho por Cesário.
Ele que foi o Poeta de Lisboa...
Boa semana.
Beijo.
isa.
Embora triste, é um bonito poema de Cesário Verde...!!!
Tenha uma boa semana Andrade....
Enviar um comentário