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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Poetas da Nossa Terra




Está o lascivo e doce passarinho


Está o lascivo e doce passarinho
Com o biquinho as penas ordenando;
O verso sem medida, alegre e brando,
Despedindo no rústico raminho.

O cruel caçador, que do caminho

Se vem calado e manso desviando
Com pronta vista e seta endireitando
lhe dá no estígio lago eterno ninho

Destarte o coração, que livre andava

(Posto que já de longe destinado),
Onde menos temia foi ferido,

Porque o Frecheiro cego me esperava,

Para que me tomasse descuidado,
Em vossos claros olhos escondido.
Luiz de Camões

1 comentário:

Albertina Granja disse...

Os poemas de Camões sempre me encantam....!!!!
Este não conhecia....
Gostei muito...
Bom fim de semana Andrade