ESTIAGEM
(Enxerto)
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O ganhão da Beira alpestre
Chegou da nativa serra,
Para o trabalho campestre.
Mas como amanhar a terra?
Chegou da nativa serra,
Para o trabalho campestre.
Mas como amanhar a terra?
Não entra com ela o arado!…
Queimado o tojal nos montes!
Morto à fome e à sede o gado!
Secas ribeiras e fontes!
Queimado o tojal nos montes!
Morto à fome e à sede o gado!
Secas ribeiras e fontes!
O sol alto a dardejar
Abrasou o prado e a selva!
E o cordeirito a balar
Sem ter um palmo de relva!
Abrasou o prado e a selva!
E o cordeirito a balar
Sem ter um palmo de relva!
Não se ouvem cantar as noras…
Nem, no alfobre, umas verduras!…
Vêm repontando as auroras,
E cada em vêm mais puras!
Nem, no alfobre, umas verduras!…
Vêm repontando as auroras,
E cada em vêm mais puras!
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Bulhão Pato
2 comentários:
e assim nos vai dando e relembrando os valores da poesia
beijos
É um bonito poema, que nos revela um lindo cenário campestre....
Tenha uma boa semana Andrade....
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