Todos os dias alimento uma paz pequena:
não é dar-lhe asas de voar,
mas comida verdadeira
Poucos sabem das suas preferências:
às vezes um pouco disto,
outras um pouco daquilo,
e a minha paz pequena vai crescendo
e engordando
Alimentando-a do que realmente gosta,
de quando em quando receio dispepsia,
que fique obesa e larga:
e urgentes as dietas
Para já, a proporção peso-largura
está correcta, mas temo pelo resto:
uma ruptura stibita, ou fome
desmedida que a conduza sozinha
a procurar comida,
tornando-a viciada e vulnerável
Muito gorda, sem eficácia nenhuma,
prevejo-a, anti-bulímia,
mas em bruma,
tão sartreanamente
irrecuperável
ANA LUÍSA AMARAL, Às Vezes o Paraíso,
7 comentários:
Meu querido amigo
Adorei este poema de Ana Luísa Amaral, como sempre as escolhas são maravilhosas.
Deixo um beijinho
Sonhadora
Uma poetisa contemporânea da minha preferência e um belo poema.
" Todos os dias alimento uma paz pequena.."
Bonito verso nos tempos conturbados que vivemos.
Alimentemos todos a paz, o amor, a amizade...
Bem-hajas!
Beijinhos
Lindo poema de Ana Luisa Amaral!!!
Parabéns pela escolha...
Boa semana!
Abraço
Lourenço
òtima escolha.
Beijos
A paz é necessária...., muito necessária..., seja ela pequena, magra ou gorda....., não interessa..., o que precisamos é de paz..., muita paz...
Andrade, foi mais uma bela escolha...
Parabéns...
Zé meu querido, boa noite!
Que tipo de Paz, não importa!A verdade é que não consigo viver sem ela.
Poema belíssimo.
Deixo-te o meu carinho nas palavras de Bob Marley.
Eu só quero viver em paz e usufruir do que Deus nos deixou no mundo, não preciso de riquezas materiais para ser feliz. Apenas quero sentir o que Deus nos fala em nossos ouvidos em um simples soprar do vento.
Bob Marley
Beijo,
Mara
Belo e o teu post e bem realista!Um grande beijo!
Enviar um comentário