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quinta-feira, 25 de março de 2021

Lenda da Moura da Ponte de Chaves

 

 


 

 Lenda da Moura da Ponte de Chaves

 


Reza a lenda de Chaves que no século XII, uma jovem moura ficara noiva do primo, Abed, filho de um guerreiro mouro que virara alcaide. A jovem, apesar de ter aceitado o noivado, não amava o futuro marido. Anos mais tarde, os cristãos voltaram para reconquistar Chaves, e a jovem moura foi tomada refém por um guerreiro cristão. A moura e o cristão apaixonaram-se e viviam felizes, enquanto o seu prometido e o seu tio fugiram de Chaves. Os cristãos ganharam a guerra e restabeleceu-se a paz.
Abed, que sabia do caso, nunca perdoou, e voltou à cidade vestido de mendigo, para se vingar. Esperou-a na ponte e, quando a viu, pediu-lhe esmola. A moura, que lhe estendeu a mão, cruzou olhares com ele e o mouro rejeitado rogou-lhe a praga: “Para sempre ficarás encantada sob o terceiro arco desta ponte. Só o amor de um cavaleiro cristão, não aquele que te levou, poderá salvar-te.” A moura desapareceu como por magia, e só umas poucas damas cristãs foram testemunhas.
O amado procurou a sua moura por toda a parte e nunca a encontrou, acabando por morrer de tristeza e saudade. E a moura encantada da ponte nunca mais foi vista. Anos mais tarde, diz o povo que, numa noite de S. João, passava um cavaleiro cristão pela ponte quando ouviu murmúrios e socorros. Então, uma voz de mulher lhe pediu para descer ao terceiro arco da ponte e dar-lhe um beijo. O jovem cristão, com medo, fugiu. Assim, ficou a moura da ponte de Chaves encantada para sempre. Agora, nas noites de S. João, é possível ouvir os lamentos da moura encantada, que está eternamente castigada por se ter apaixonado.

 Fonte: A Bruxa vol.1 por J.E. Baker 1892.

 

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