QUANDO VIERES
Encontrarás tudo como quando partiste.
A mãe bordará a um canto da sala...
Apenas os cabelos mais brancos
E o olhar mais cansado.
O pai fumará o cigarro depois do jantar
E lerá o jornal.
Quando vieres
Só não encontrarás aquela menina de saias curtas
E cabelos entrançados
Que deixaste um dia.
Mas os meus filhos brincarão nos teus joelhos
Como se te tivessem sempre conhecido.
Quando vieres
nenhum de nós dirá nada
mas a mãe largará o bordado
o pai largará o jornal
as crianças os brinquedos
e abriremos para ti os nossos corações.
Pois quando tu vieres
Não és só tu que vens
É todo um mundo novo que despontará lá fora
Quando vieres.
In “Silêncio de Vidro”
Editorial Escritor
Maria Eugénia Cunhal
2 comentários:
O "regresso" é sempre muito importante e muito desejado e há sempre uma esperança, mesmo vã, de que tal aconteça...
E este poema traduz bem esse sentimento...
"A ESPERANÇA DE UM REGRESSO"....
É muito bonito este poema...!!!
Bom fim de semana Andrade...
Olá meu querido,
Mesmo em silêncio se faz festa no coração com retorno tão aguardado.
Vim deixar meu carinho e o desejo de uma ótima semana pra vc.
beijos
Joelma
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