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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Poetas da Nossa Terra






QUANDO VIERES

Encontrarás tudo como quando partiste.
A mãe bordará a um canto da sala...
Apenas os cabelos mais brancos
E o olhar mais cansado.
O pai fumará o cigarro depois do jantar
E lerá o jornal.
Quando vieres
Só não encontrarás aquela menina de saias curtas
E cabelos entrançados
Que deixaste um dia.
Mas os meus filhos brincarão nos teus joelhos
Como se te tivessem sempre conhecido.
Quando vieres
nenhum de nós dirá nada
mas a mãe largará o bordado
o pai largará o jornal
as crianças os brinquedos
e abriremos para ti os nossos corações.
Pois quando tu vieres
Não és só tu que vens
É todo um mundo novo que despontará lá fora
Quando vieres.


In “Silêncio de Vidro”
Editorial Escritor

Maria Eugénia Cunhal

2 comentários:

Albertina Granja disse...

O "regresso" é sempre muito importante e muito desejado e há sempre uma esperança, mesmo vã, de que tal aconteça...
E este poema traduz bem esse sentimento...
"A ESPERANÇA DE UM REGRESSO"....
É muito bonito este poema...!!!
Bom fim de semana Andrade...

Ateliê Tribo de Judá disse...

Olá meu querido,
Mesmo em silêncio se faz festa no coração com retorno tão aguardado.
Vim deixar meu carinho e o desejo de uma ótima semana pra vc.
beijos
Joelma