Seguidores

sábado, 5 de outubro de 2013

Poetas da Nossa Terra






SAUDADES

Serei eu alguma hora tão ditoso,
Que os cabelos, que amor laços fazia,
Por prémio de o esperar, veja algum dia
Soltos ao brando vento buliçoso?

Verei os olhos, donde o sol formoso
As portas da manhã mais cedo abria,
Mas, em chegando a vê-los, se partia
Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso?

Verei a limpa testa, a quem a Aurora
Graça sempre pediu? E os brancos dentes,
por quem trocara as pérolas que chora?

Mas que espero de ver dias contentes,
Se para se pagar de gosto uma hora,
Não bastam mil idades diferentes?

In “Poemas de Amor”
Antologia de Poesia Portuguesa

1 comentário:

Albertina Granja disse...

"SAUDADE"...!!!
Sempre tão triste de se ouvir, de se falar, de se sentir...!!
Mas sempre tão presente e necessária...!!!
Sim, porque mesmo parecendo um contra senso, faz falta sentir SAUDADE....!!!
Bom fim de semana Andrade
Albertina