Seguidores

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Poetas da Nossa Terra







REGRESSO



Por toda a parte espectros
Do mapa percorrido em cinco e quarenta
Prolongados anos
A cidade encontra
O espectro do que eu fui
Saído dos horrores da adolescência Filtra obscuramente
O meu imo
Que não conheço Vem
[irreconhecível
Ao meu encontro
Tacteamo-nos no escuro
Apaixonadamente
O amor é cego
Mas só ele permite
Realmente ver


Londres, 25 de Novembro de 1996
[in O Pajem Formidável dos Indícios, Assírio & Alvim, 2010

2 comentários:

Albertina Granja disse...

Bonito poema...!!!
O amor é realmente cego...!!!!

Olinda Melo disse...


Percorrer lugares do passado, mesmo que seja no mais fundo do nosso íntimo,traz lembranças,às vezes, de espectros que queríamos esquecer.

Obrigada, Andradarte, por trazer este poeta ao nosso convívio.

Abraço

Olinda