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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Poetas da Nossa Terra








Joaquim Pessoa

Ícaro

A minha Dor, vesti-a de brocado,
Fi-la cantar um choro em melopeia,
Ergui-lhe um trono de oiro imaculado,
Ajoelhei de mãos postas e adorei-a.

Por longo tempo, assim fiquei prostrado,
Moendo os joelhos sobre lodo e areia.
E as multidões desceram do povoado,
Que a minha dor cantava de sereia...

Depois, ruflaram alto asas de agoiro!
Um silêncio gelou em derredor...
E eu levantei a face, a tremer todo:

Jesus! ruíra em cinza o trono de oiro!
E, misérrima e nua, a minha Dor
Ajoelhara a meu lado sobre o lodo. 

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5 comentários:

Anónimo disse...

Poema doloroso,mas mt belo,como os
de Joaquim Pessoa.
BFS.
Beijo.
isa.

Albertina Granja disse...

Gosto muito dos poemas de Joaquim Pessoa, apesar de muito sofredores, como este....!!!
Mas é um belo POema...!!!

Bom fim de semana
Albertina Granja

Luna disse...

a dor esta quase sempre presente em nossa vida, mas é sábio despedimos-nos dela e como a ave Fénix renascermos das cinzas
beijos

Mara Santos disse...

Muito bom ler Joaquim Pessoa e lembrei-me da primeira vez que entrei em contato com um poema dele...foi aqui nesse espaço, que eu tanto admiro.
Beijo

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido amigo

Adoro Joaquim Pessoa e este poema é lindo e triste ao mesmo tempo.

Um beijinho com carinho
Sonhadora