O NATAL DA MINHA IDADE!
NATAL - 1946
É muito fria a minha mágoa
nesta Natal que, à beira da água,
referve em multidões embriagadas
por frios tão de outrora, que, apagadas
as brazas de uma esperança já perdida
acordarão sozinhas junto à vida.
A mágoa, se é do mundo,
talvez não seja apenas de tão fundo
ser o devão em que estou frio e só.
E o céu azul, e a raiva de o olhar
neste mau hábito infantil de paz sonhada,
e a solidão do amor, e o presunçoso dó
de longe haver a esperança de o cantar:
ridículo Natal, miséria e nada.
Jorge de Sena
("Poesia-I", Livraria Morais Editora, Lisboa)
NATAL - 1946
É muito fria a minha mágoa
nesta Natal que, à beira da água,
referve em multidões embriagadas
por frios tão de outrora, que, apagadas
as brazas de uma esperança já perdida
acordarão sozinhas junto à vida.
A mágoa, se é do mundo,
talvez não seja apenas de tão fundo
ser o devão em que estou frio e só.
E o céu azul, e a raiva de o olhar
neste mau hábito infantil de paz sonhada,
e a solidão do amor, e o presunçoso dó
de longe haver a esperança de o cantar:
ridículo Natal, miséria e nada.
Jorge de Sena
("Poesia-I", Livraria Morais Editora, Lisboa)
3 comentários:
°º♫ Amigo, boa tarde!
°º✿ Passei para uma visitinha.
º° ✿♥ ♫° ·. Natal comercial...nele, não há nada de bom!...
✿⊱╮Beijinhos.
Brasil°º♫
°º✿
º° ✿
Este é um Natal muito antigo, mas apesar de revelar tristeza e solidão, não deixa de ser um Natal muito bonito....!!!!
Gostei deste Natal de 1946....
Boa noite Zé!
Gostei do poema, não conhecia.
Beijo,
Mara
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