por vezes
quando caminho sobre as pedras da beira rio
que se rasgam sob os passos
interrogo a tarde e os fantasmas
que se escapam destas fendas.
ao som de uma melodia evanescente
abro as portas da alma
e, de par em par,
todos os portões do corpo.
sem amarras, à beira de Ser
acalmo então a passada
leio teresa
o poema da recusa e pressinto
que se não as polpas
então os verbos crus nus como
os meus pés descalços, sempre descalços, sabem de ti
da erva
da cidade
do mar que é nosso
que unindo afasta as marés e as margens,
da falésia
de todas as coisas visíveis
de todas as se opõem
simétricas e complementares
das que falam
das que calam
das que gemem de prazer
das que gritam gaivotas soltas no silêncio de mulher,
é então que, em emudecimento contemplativo, oiço a lição de nietzsche
e, experimentada, solto o elástico que me prende
no vazio em queda livre, convicta
deixo-me pender, árvore de braços abertos
sobre o mar …
Teresa Horta Poema inédito
|
7 comentários:
Meu amigo
Passando para o ler e deixar um beijinho.
Rosa
Passei, li e gostei, aliás como sempre...
desta vez o Andrade trouxe-nos a Teresa Horta com este belo poema.
Obrigada...
Do rio para o mar
um poema com sabor a Mel...
bjs
En la poesia sale a relucir los sentimientos personales,ella nos llega a cambiar nuestros sentimientos.
Gracias por tu comentário a mi foto
si te gustó el fotógrafo consiguió su objetivo.
Un fuerte abrazo
Zé meu querido, boa noite!
Maria Teresa Horta é uma poetisa admirável tamanha a sua sensibilidade poética!
...
no vazio em queda livre, convicta
deixo-me pender, árvore de braços abertos
sobre o mar …
Lindo!
Um beijo carinhoso que atravessa o oceano....sentiu?
Dorme bem, meu querido!
Com carinho,
Mara
Oi, amigo
precisa conhecer nosso Quintana, é o meu favorito.
Sempre que posso procuro citá-lo.
Mais uma poesia encantadora para nós podermos apreciar.
beijos
Desconhecia este poema mas, como outros seus, estão patentes a sensulidade e o erotismo.Leio com paixão a sua poesia. Forte, corajosa, apelativa...
"ao som de uma melodia evanescente
abro as portas da alma
e, de par em par,
todos os portões do corpo."
"das que falam
das que calam
das que gemem de prazer
das que gritam gaivotas soltas no silêncio de mulher,"
Bem-hajas!
Beijinho
Enviar um comentário