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terça-feira, 3 de maio de 2011

Poetas da Nossa Terra


POR UMA LINHA DE ÁGUA...

 
Dizes-me que «um mar rodeia o mundo de quem está só»
E eu desenho-te,
no centro da palma da tua mão,
uma linha de água.
Olhas-me,
como se essa linha te lembrasse
o quanto de ti trouxe nos meus dedos.
Há caminhos verticais, sabias?
Que se descobrem em passos ancestrais,
porém sempre renovados.
Sim,
esses que te levam ao início da memória...
Onde ecoa o meu nome, que tentaste esquecer.
E o calor da pele do meu peito sobre o teu.
Sim,
esses que te lembram o prazer de negar a solidão.
E o querer de querer mais.
E mais.
Mais!

Podia contar-te o segredo da hora de águas e areias.
Onde o tempo da ausência
se dissolve na cristalização do sal.
E o encontro das aves acontece...
Mas olho-te, em silêncio.
E sorrio.
Num convite para vires até mim
por uma simples linha de água.
Vem descobrir a coragem
De falar de amor, aves, pele, tempo,
sopro, azul, vento...
Agora.
Agora!

________Nuno Júdice

6 comentários:

Isamar disse...

Mais um poeta algarvio, mais um poema muito bonito. Este alerta-nos para uma temática que muito recentemente deu que falar: a solidão. Quem assim vive, habita uma ilha terrível de onde só pode sair encontrando amigos, pessoas que lhe dêem atenção, que o ouçam, que se disponibilizem a conversar, a passear...
Infelizmente há cada vez menos quem o faça!
Belo poema, amigo! Um grito, um apelo que não podemos ignorar.

Bem-hajas!

Abraço fraterno

Anónimo disse...

O Poeta expressa, de maneira apaixonada,a solidão que enche os
dias,os nossos dias...
Tristemente verdadeiro.
Beijo.
isa.

Mara Santos disse...

Boa noite, meu querido!
É mais um poema belíssimo!
Gostei muito.

...

Mas olho-te, em silêncio.
E sorrio.
Num convite para vires até mim
por uma simples linha de água.
Vem descobrir a coragem
De falar de amor, aves, pele, tempo,
sopro, azul, vento...
Agora.

Beijos carinhosos,
Mara

Luna disse...

Este poema é muito bonito, o cadenciado ao lê-lo, é como uma melodia entre o céu e a terra
bjs

Albertina Granja disse...

Este Poema tem cadência, tem melodia....
Fala sobre a solidão, é certo, mas é lindo.
Parabéns Andrade, pela escolha!!!

Meias de Seda disse...

Gosto muito dos poemas do Nuno. É, de fato, um grande poeta.
Abraço ;)