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segunda-feira, 22 de março de 2010

Poetas da Nossa Terra


JOSÉ RÉGIO


Surge Janeiro frio e pardacento
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assustam-se os fantoches em São Bento
e o decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e vilão.

Também faz o pequeno sacrifício
De trinta contos só! por seu ofício
Receber, a bem dele...e da nação.

Soneto (quase inédito), escrito em 1969 no dia
da reunião de antigos alunos.

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5 comentários:

Anónimo disse...

Bom Dia.
Poema com cunho político,escrito numa
época difícil.
Beijo.
isa.

Alma Mateos Taborda disse...

Bello y osado soneto político pero sobretodo con el respeto irrestricto a todas las reglas literarias. Felicidades!Un abrazo.

rosa-branca disse...

Olá amigo, uma bela sátira á miséria que se viveu no passado. O quadro também é lindo, em azuis a minha cor preferida. Também gostei muito do poema dos liláses e até que um dia, também é lindo, quanto aos outros são poemas que sabe sempre bem recordar. Obrigado pela visitinha. Beijos

Anónimo disse...

Um poema forte, intenso que mexe com os plolítico da nação.

Um abraço

TERE disse...

Actual o poema de Régio, em época semelhante há de qd o escreveu. Abraço