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terça-feira, 16 de março de 2010

Poetas da Nossa Terra


Sobre Estas Duras, Cavernosas Fragas

BOCAGE

Sobre estas duras, cavernosas fragas,
Que o marinho furor vai carcomendo,
Me estão negras paixões n’alma fervendo
Como fervem no pego as crespas vagas.

Razão feroz, o coração me indagas,
De meus erros e sombra esclarecendo,
E vás nele (ai de mim!) palpando, e vendo
De agudas ânsias venenosas chagas.

Cego a meus males, surdo a teu reclamo,
Mil objetos de horror co’a idéia eu corro,
Solto gemidos, lágrimas derramo.

Razão, de que me serve o teu socorro?
Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue: eu peno, eu morro.

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4 comentários:

Dalva Nascimento disse...

Ricos versos de Bocage...

Bjs

Anónimo disse...

Que bom teres trazido,aqui,e assim relembrares Bocage.
Poema com nítidas marcas românticas.

«Dizes-me que sossegue: eu peno, eu morro.»

Momentos lindos.
Beijo.
isa.

José Ramón disse...

Muito interessante
Criatividade e imaginação de fotos de Jose Ramon Thanks for the comments
Saudações

Anya disse...

Wonderful words written :-)
Love your photo ....

(@^.^@)