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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Joaquim Pessoa



O CANTO E AS LÁGRIMAS
Eu já fui alegre. Já cantei o povo.
E forjei as armas na forja do tempo.
Mas cantar de amigo é cantar de novo
e eu trago as palavras caladas cá dentro.


Por isso é difícil quando a gente canta
e este mal alegre nos dói na garganta.


Eu já fui soldado. Fugi. Desertei.
Levei a espingarda por dentro do canto.
Sofri a saudade. Bati-me. Chorei.
Cantei o meu Povo. Depois mudei tanto.


Por isso é difícil quando a gente canta
e este mal alegre nos dói na garganta.


Fui um marinheiro. Fui uma gaivota.
E rasguei as asas nas asas do vento.
E quebrei o leme. Sem vela sem rota
do meu canto alegre ficou um lamento.


Por isso é difícil quando a gente canta
e este mal alegre nos dói na garganta.



6 comentários:

Anónimo disse...

Belo poema de J.Pessoa.
Dá bem para musicar.Tem um refrão de q. gosto.
Sugere o embalar das ondas.
Boa escolha.
Beijo.
isa.

ETERNA APAIXONADA disse...

*****

Sempre muito bom ler os poemas de seu amigo.
Isa tem razão, este dá mesmo para musicar, de tão belo!
Beijos

*****

Vivian disse...

...belissimo poema.

lindo você!

bj

obrigada pelo endereço
dos PPSs...

Anónimo disse...

Amigo,passei para desejar um bom
fim de semana.
Beijo.
isa.

Poseidón disse...

OLA Amigo,
passei para desejar um bom
fim de semana.
ABRAZOS
AH, ADORO LOS PROVERBIOS!

Belinha Fernandes disse...

Este foi o primeiro livro de poesia que eu comprei mas não é esta a edição.É da Litexa de 1985!