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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Poetas da Nossa Terra





QUANDO SE VÊ DO MAL O QUE SE NÃO VIA DANTES

Se como haveis tardado, desenganos,
Vindes hoje de novo apercebidos,
A troco de vos ver tão prevenidos,
Dou-vos por bem tardados tantos anos.

Tardastes; e entretanto estes tiranos
Casos de Amor roubaram-me os sentidos.
Se alcançá-los quereis, bem que são idos,
Buscai-os pelo rastro dos meus danos.

Oh, segui-os, prendei-os, porque logo
Teme que foge, quem procura, alcança,
Pois é peso o temor, o gosto é vento.

E para quando os alcanceis vos rogo,
Não que façais me tornem a esperança,
Mas que sequer me deixem o escarmento.



Obras Métricas

In “Breve Antologia Poética do Período Barroco”

2 comentários:

Albertina Granja disse...

Os desenganos nunca são bem-vindos....!!!
O ideal seria mesmo que nunca chegassem por perto...!!!
Mas como situações ideais não existem, fiquemo-nos pelas situações possíveis e assim sendo, outro remédio não há senão enfrentá-los...!!!
Bom fim de semana Andrade...
Albertina

Ateliê Tribo de Judá disse...

Seguir as publicações da série "Poetas da Nossa Terra " acrescentou
prazer e conhecimento a minha bagagem pessoal.
Agradeço esse espaço elaborado com dedicação.
Feliz natal e um ano novo ainda mais brilhante.
Beijos
Joelma