REGRESSO
Por toda a parte espectros
Do mapa percorrido em cinco e quarenta
Prolongados anos
Do mapa percorrido em cinco e quarenta
Prolongados anos
A cidade encontra
O espectro do que eu fui
Saído dos horrores da adolescência
Filtra obscuramente
O meu imo
Que não conheço
Vem
[irreconhecível
Ao meu encontro
Tacteamo-nos no escuro
Tacteamo-nos no escuro
Apaixonadamente
O amor é cego
Mas só ele permite
Realmente ver
Mas só ele permite
Realmente ver
Londres, 25 de Novembro de 1996
[in O Pajem Formidável dos Indícios, Assírio & Alvim, 2010
2 comentários:
Bonito poema...!!!
O amor é realmente cego...!!!!
Percorrer lugares do passado, mesmo que seja no mais fundo do nosso íntimo,traz lembranças,às vezes, de espectros que queríamos esquecer.
Obrigada, Andradarte, por trazer este poeta ao nosso convívio.
Abraço
Olinda
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