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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Poetas da Nossa Terra





PELO INVERSO

Começar pelo fim,
arremeter pelo inverso,
iniciar de noite o dia,
penetrar-te o corpo pelo seu avesso,
desdobrar-te a pele,
correr os dedos por ti
em segundos de inanição
parda
a fazer de conta que não sinto,
não estou cá,
não sou eu,
este é apenas o inverso de mim,
a minha sombra
colorida apenas
da fraca luz que acho
no teu regaço.
É neste rigor
de espelhos
que me revejo.
Um inverso de alma,
uma espécie
de mim
ao contrário.

In “Geografias Dispersas”
Editora Edita-Me

Alexandra Malheiro
 

1 comentário:

Albertina Granja disse...

Às vezes faz-nos falta inverter a ordem das coisas...!!!
É uma necessidade...
Tenha um bom fim de semana Andrade...
Albertina