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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Poetas da Nossa Terra



Não te amo

Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n'alma tenho a calma,
A calma do jazigo.
Ai! Não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!

Ai! Não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Almeida Garrett
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5 comentários:

Anónimo disse...

Um dos meus poemas preferidos da lírica de Garrett.
Parabéns pela escolha.
Beijo.
isa.

Célia sousa disse...

Garrett, um poema contraditório!
não ama mas vai amando...
Gosto muito da sua poesia;

Um abraço amigo;
Célia Sousa

Albertina Granja disse...

Não obstante a "contradição" aqui expressa, é sem dúvida um bonito poema de Garrett.
Albertina

Tétis disse...

Olá Mestre,

Muito boa a escolha do poeta e do poema.

Apesar de Garrett ser mais conhecido como romancista e sobretudo como dramaturgo, a sua lírica é bastante bela e muito bem conseguida.

Ficarei seguidora deste blog que apenas agora visitei.

Beijinhos

Louraini Christmann - Lola disse...


Amar seria não amar?
Não amar seria amar?

Pode?

Pois
A poesia pode tudo...