Não te amo
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n'alma tenho a calma,
A calma do jazigo.
Ai! Não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! Não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
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Almeida Garrett
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5 comentários:
Um dos meus poemas preferidos da lírica de Garrett.
Parabéns pela escolha.
Beijo.
isa.
Garrett, um poema contraditório!
não ama mas vai amando...
Gosto muito da sua poesia;
Um abraço amigo;
Célia Sousa
Não obstante a "contradição" aqui expressa, é sem dúvida um bonito poema de Garrett.
Albertina
Olá Mestre,
Muito boa a escolha do poeta e do poema.
Apesar de Garrett ser mais conhecido como romancista e sobretudo como dramaturgo, a sua lírica é bastante bela e muito bem conseguida.
Ficarei seguidora deste blog que apenas agora visitei.
Beijinhos
Amar seria não amar?
Não amar seria amar?
Pode?
Pois
A poesia pode tudo...
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