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domingo, 19 de maio de 2013

Poetas da Nossa Terra








SAUDADE MINHA

Minha saudade as cousas transfigura
num estranho delírio semelhante
ao desse eterno cavaleiro-andante
paladino do sonho e da loucura:

minha saudade é fonte que murmura
e em seu cantar humilde e marulhante
mata a sede que abrasa o caminhante
só de o embalar na líquida ternura...

Minha saudade os mundos alumia
os mortos ressuscita e é um sol-nascente
dourando ainda as trevas da agonia;

minha saudade é a força misteriosa
que torna cada cousa em mim presente
e a minha dor presente em cada cousa.


MORS – AMOR  (1928)

2 comentários:

Anónimo disse...

Um belo soneto.
Beijo.
isa.

Albertina Granja disse...

Que belo poema à SAUDADE......!!!!
Não conhecia....
Gostei muito....
Tenha um bom Domingo Andrade...

A esta altura a Mara já deve estar prestes a embarcar, verdade???
Uma óptima viagem para ela....