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domingo, 10 de março de 2013

Poetas da Nossa Terra




Vaidade, Tudo Vaidade! 


 Vaidade, meu amor, tudo vaidade!
Ouve: quando eu, um dia, for alguem,
Tuas amigas ter-te-ão amizade,
(Se isso é amizade) mais do que, hoje, têm.

Vaidade é o luxo, a gloria, a caridade,
Tudo vaidade! E, se pensares bem,
Verás, perdoa-me esta crueldade,
Que é uma vaidade o amor de tua mãe...

Vaidade! Um dia, foi-se-me a Fortuna
E eu vi-me só no mar com minha escuna,
E ninguem me valeu na tempestade!

Hoje, já voltam com seu ar composto,
Mas eu, ve lá! eu volto-lhes o rosto...
E isto em mim não será uma vaidade? 


António Nobre, in 'Só' Tema(s): Vaidade 

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4 comentários:

Anónimo disse...

Um Poema interessante do Poeta do Sofrimento,António Nobre.
Bom domingo.
Beijo.
isa.

Maria Rodrigues disse...

Um belo poema. A vaidade é uma atitude que nunca apreciei.
Bom domingo
Beijinhos
Maria

Vento disse...

o poema é belissimo
fala-nos de uma realidade que, penso, sempre existirá

quanto à questão colocada no último terceto:
não me parece que seja uma vaidade
chamar-lhe-ia mágoa, por ser verdade

beijo.

Albertina Granja disse...

VAIDADE......, que sentimento tao feio, mas que Antonio Nobre sobre transformar num Belo poema.....
Bom domingo Andrade