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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Poetas da Nossa Terra






  O Alentejo

Um céu abafadiço, um ar de ausência
esperando nuvens imóveis no céu baixo.

A terra, já das ceifas recolhida,
alonga-se manchada a flores tardias,

roxas, vermelhas, amarelas, brancas,
como penugem de esquecida Primavera.

Por entre os campos, os cordões rugosos
dos caminhos para toda a parte,

menos para os campos, que pacientemente evitam.
Na linha do horizonte próxima ou distante

conforme as ténues cristas da planura imensa,
um claror de céu, um tufo de arvoredo,
alternadamente se tocam e se afastam.

De súbito, num alto que a planície esconde,
as casas surgem brancas e compactas.

Como surgem, mergulham
na sombra poeirenta de azinhagas em ruínas.

Ainda se demora uma torre antiga,
escura, com ameias e janelas novas,
caiadas.

Um rio se advinha. Mas, de ao pé da ponte.
de novo apenas o ondular da terra,
um crespo recordar só de searas idas.
De relance   -  Jorge de Sena
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3 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia.
Foi difícil entrar aqui,mas valeu a
pena para ler um belo Poema!
BFS.
Beijo.
isa.

poetaeusou . . . disse...

*
amigo
uma boa opção .
,
religião, ou o sentimento religioso, é o mais inconfessável de todos: não por irracional, mas porque é da sua mais íntima natureza o silêncio da vida física do universo !
,
in-Jorge Sena,
,
abraço,
deixo,
*

Albertina Granja disse...

Um poema dedicado ao Alentejo....!!!! Lindo....!!!
Gostei....
Adoro o Alentejo....!!!!