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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Poetas da Nossa Terra



Morrer de Amor é Assim

 Quem morre de tempo certo
ao cabo de um certo tempo
é a rosa do deserto
que tem raízes no vento.

Qual a medida de um verso

que fale do meu amor?
Não me chega o universo
porque o meu verso é maior.

Morrer de amor é assim

como uma causa perdida.
Eu sei, e falo por mim,
vou morrer cheio de vida.

Digo-te adeus, vou-me embora,

que os versos que eu te escrever
nunca os lerás, sei agora
que nunca aprendeste a ler.

Neste dia que se enquadra

no tempo que vai passar,
termino mais esta quadra
feita ao gosto popular.


Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'