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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Poetas da Nossa Terra



Já não Vivo, Só Penso


  Já não vivo, só penso. E o pensamento
é uma teia confusa, complicada,
uma renda subtil feita de nada:
de nuvens, de crepúsculos, de vento.

Tudo é silêncio. O arco-íris é cinzento,
e eu cada vez mais vaga, mais alheada.
Percorro o céu e a terra aqui sentada,
sem uma voz, um olhar, um movimento.

Terei morrido já sem o saber?
Seria bom mas não, não pode ser,
ainda me sinto presa por mil laços,

ainda sinto na pele o sol e a lua,
ouço a chuva cair na minha rua,
e a vida ainda me aperta nos seus braços.

Fernanda de Castro, in "E Eu, Saudosa, Saudosa"

6 comentários:

Anónimo disse...

Um lindo momento de Poesia.
Nos recitais da minha Mãe, Fernanda
de Castro era uma constante.
Beijo.
isa.

Albertina Granja disse...

Que lindo poema Andrade....!!!!
Adorei.....!!!!
É bom sabermos e sentirmos "que a vida ainda nos prende nos seus braços...."
Tenha um bom fim de semana..

Olinda Melo disse...


Andradarte

Este poema é fantástico. Li-o e senti um aperto...leva-nos a visualizar-nos a nós próprios no fim da vida em que já só nos resta o pensamento. Mas na autora, neste seu poema, o pensamento continua activo e actuante como um elo que nos prende à vida.

Obrigada.

Abraço

Olinda

Luna disse...

quantas vezes somos mortos vivos pois já nada nos prende e vivemos sem viver
beijos

Magia da Inês disse...

♡¸.°.¸♫♫♪
Lindo!
Bom fim de semana!
Beijinhos.
Brasil
♡彡♫♪°.¸.•°`

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido amigo

Mais um lindo poema de Fernanda de Castro que eu adoro ler.


Um beijinho com carinho
Sonhadora