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sábado, 23 de julho de 2011

Poetas da Nossa Terra

 


 A IMPOSSÍVEL SARÇA

 Que mais fazer
se as palavras queimam
e tanta coisa em fumo em tanta coisa
sarças ardentes do avesso
o fogo em labaredas que mais
fazer
Que mais fazer
se nem a água tantas vezes
descrita abençoada
mas demais e cristã
também castigo

Mas como nem castigo

nem as nuvens de fumo na sarça
do avesso
se tudo no avesso
das palavras

que não chegam

— mas cegam

Ana Luiza Amaral

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Poetas da Nossa Terra





Seja o amor como o tempo

Guardam as tardes , o silêncio
tranquilo e tolhido de movimento.

Habitam os homens
que precedem as partidas , 
também tranquilos.

Que se vestem com acenos
na calma do momento.

Recordam os corpos calados
que se encurtam ferventes.

Que abertos nas costas 
têm o peso da água.

Salpicam as horas graves.

Multiplicam-se no frio inerte da memória.

Julgam-se libertos , os homens ,
com as palavras na expressão implacável
do entardecer dos passos últimos.



Nuno Travanca
 

domingo, 17 de julho de 2011

Poetas da Nossa Terra




Para quê Complicar

Não precisas de presentes
Nem rimas, nem flores, nem nada
Basta trazeres o que sentes
E chegares de madrugada

Perde as mãos pelo meu corpo
Faz-me calar com um beijo
Como se eu fosse o teu porto
E tu meu mar de desejo

Deixa falar a paixão
Não faças juras de amor
É só carinho e tesão
Suor, gemidos, calor

Enrosca-te no meu seio
Os corações a bater
Sem confusão, sem rodeio
Mais simples não pode ser.
Rosa Cordeiro