LÍNGUA MATER DOLOROSA
Tu que foste do Lácio a flor do pinho
dos trovadores a leda a bem-talhada
de oito séculos a cal o pão e o vinho
de Luiz Vaz a chama joalhada
tu u casulo o vaso o ventre o ninho
e que sôbolos rios pendurada
foste a harpa lunar do peregrino
tu que depois de ti não há mais nada,
eis-te bobo da corja coribântica:
a canalha apedreja-te a semântica
e os teus verbos feridos vão de maca.
Já na glote és cascalho és malho és míngua,
de brisa barco e bronze foste a língua;
língua serás ainda... mas de vaca.
Tu que foste do Lácio a flor do pinho
dos trovadores a leda a bem-talhada
de oito séculos a cal o pão e o vinho
de Luiz Vaz a chama joalhada
tu u casulo o vaso o ventre o ninho
e que sôbolos rios pendurada
foste a harpa lunar do peregrino
tu que depois de ti não há mais nada,
eis-te bobo da corja coribântica:
a canalha apedreja-te a semântica
e os teus verbos feridos vão de maca.
Já na glote és cascalho és malho és míngua,
de brisa barco e bronze foste a língua;
língua serás ainda... mas de vaca.
Natália Correia
8 comentários:
Olá andrade,
Natália Correia no seu melhor, cutilante q.b!
Um poema actualíssimo, mas quem se importa realmente?
A mim dói...
Sou uma apaixonada por poesia, pena que não sou poetisa, mas adoro mergulhar nos sonetos, amigo ta tudo divino aqui viu...
com carinho
Hana
´Natália Correia, atitude profética em relação à vergonha, desavergonhada, com que se está a tratar a Língua- Mãe!
BEIJINHO, amigo!
Mª ELISA
ANDRADE: mais uma bela recordação das nossas lides literárias!
Até ela! ou ,-principalmente ELA! se deu conta, numa atitude literária profética, de que a Língua portuguesa estava a ser tratada "abaixo de cão"!
BEIJINHO AMIGO
Mª ELISA
Olá Zé!
Gostei muito deste poema de Natália Correia.Confesso que não conhecia.
Beijos,
Mara
Natalia Correia uma grande senhora
beijos
Interessante a poesia Andrade.
É a revolta.
Bjs no coração!
Nilce
PS: Passa no meu canto e vem participar do aniversário de 1 ano do meu blog.
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