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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Poetas da Nossa Terra




Não te amo

Não te amo, quero-te: o amar vem dálma.
    E eu n'alma - tenho a calma,
    A calma - do jazigo.
    Ai!, não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
    E a vida - nem sentida
    A trago eu já comigo.
    Ai!, não te amo, não.

Ai!, não te amo, não; e só te quero
    De um querer bruto e fero
    Que o sangue me devora,
    Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
    Quem ama a aziaga estrela
    Que lhe luz na má hora
    Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
    De mau feitiço azado
    Este indigno furor.
    Mas oh!, não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
    Que de mim tenho espanto,
    De ti medo e terror...
    Mas amar!...não te amo, não.


Almeida Garrett

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Poetas da Nossa Terra


ZECA AFONSO



As sete mulheres do Minho


As sete mulheres do Minho
mulheres de grande valor
Armadas de fuso e roca
correram com o regedor
         
Essa mulher lá do Minho
que da foice fez espada
há-de ter na lusa história
Uma pagina dourada

         
Viva a Maria da Fonte
com as pistolas na mão
para matar os Cabrais
que são falsos à nação 



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