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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Joaquim Pessoa


Nos olhos de Isa



Nos olhos de Isa a chuva grita e a noite


Acende fogueiras

.

Os meus olhos param. Nos olhos de Isa.


Oh, nos olhos de Isa espreguiça-se a madrugada


E o vento acorda para ajudar os pássaros a voar


E as árvores a acenar-lhes uma bandeira de folhas,


uma tristeza verde.


Nos olhos de Isa.


Nos olhos de Isa a manhã explode num inferno


de estrelas,


Num clarão de silêncio, em estilhaços de rosas, pétalas de


sombra.


Nos olhos de Isa os poetas vagueiam num bosque de mel


Onde as abelhas constroem a tarde


Desesperadamente.


Nos olhos de Isa ninguém repara na minha solidão.

»»»»»«««««

3 comentários:

Anónimo disse...

Que bom trazeres Joaquim Pessoa de quem tanto gosto.
Poema lindo,um tanto intimista.Como
gosto.
Tem uma boa Semana.
Beijo.
isa.

Vivian disse...

"As casas

Oh as casas as casas as casas suspirou Ruy Belo

Quando olhamos para as
casas alguma coisa
estremece alguma coisa
chama alguma coisa espera.

Olho-te com os olhos das
casas respiro-te ao abrir
cada janela e atravesso
as portas como se penetrasse
o teu corpo angustiado e
nu conquistando o interior
da casa o ventre do teu
ventre soltando meu grito
quando o coração em vértice
desce para as mesas
e um fino pó se ouve cair
das lâmpadas.

Dentro da casa agitam-se
as bandeiras do ar quando
os teus passos se moldam
ao silêncio e tudo é
escuro espesso e escuro
e nada se passa no meu
peito nada em festa corre
para as tuas mãos.

Se nos olhamos nos olhos
para as casas porque as
casas têm um sol bancos
de jardim e lâmpadas que
se acendem apenas com beijos."

Joaquim Pessoa

Beijos, moço!

poetaeusou . . . disse...

*
as palavras
de joaquim pessoa
são favos de mel,
nas escolhas deliciosas
de Andradarte .
,
abraço,
,
*