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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Joaquim Pessoa - 20

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“Pum catrapum pum, pum catrapum pum”,

assim, todas as noites, tal e qual.

Ritmo como este nunca ouvi nenhum,

nem um concerto a vozes tão banal.

*

É sempre a mesma coisa. À mesma hora.

Já sei tudo de cor, está no ouvido.

Este casal que aqui por cima mora,

não consegue passar despercebido.

*
Diz ela: “mete agora, assim, mais fundo…

”,Riposta ele: “isto é o fim do mundo!”,

fazendo o melhor de que é capaz.

*
Nestas casas do século dezoito,

chamadas pombalinas,não há coito

que nos deixe dormir a noite em paz.
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poema vigésimo dos Sonetos eróticos & irónicos & sarcásticos & satíricos & de amor & desamor & de bem & e de maldizer do poeta Joaquim Pessoa

2 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia. Lindo amanhecer.
Não conhecia este lado erótico
e irónico deste Poeta.Aliás a ironia banaliza e "fere" qualquer
sentimento erótico.
Aproveita este Sol de maravilha q.
a Natureza nos deu hoje.
Beijo.
isa.

Paula Raposo disse...

E nas casas mais modernas é a mesma coisa...eh eh eh beijos.