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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

É o meu sentir....


Que a Paz volte ao Mundo....que não sejam só Palavras.
Um 2010 com muita Saúde, Paz, Esperança
e que os Amigos aumentem, pois são o que tenho.

Votos de Feliz Ano Novo

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Viagens da Nossa Terra


Almeida Garrett

Tejo
(da Net)

Almeida Garrett

Quem desce Tejo abaixo, por esta margem do Norte
onde está Lisboa
e tendo saudado o precioso monumento de Belém, a sua torre não menos bela, entra no
fasionável Pedroiços e daí segue às Praias do Dafundo até à
Cruz Quebrada, tem dado o mais bonito passeio que se pode dar nas vizinhanças da capital e visitando os sítios que, depois
de Sintra, mais frequenta a sociedade elegante da nossa terra.
De fins de Agosto a princípios de Novembro é que
tudo ali corre e que os banhos do mar povoam aqueles belos ermos, nas outras estações desamparados.
Quem tiver porém o bom gosto de resistir ao despotismo
tarifeiro da moda e se abalançar em Maio ou Junho a este
largo passeio, que no estado dos
nossos caminhos é antes uma pequena viagem, creia que há-de ser pago de sua nobre ousadia. Não há palavras que digam todas as belezas daquela terra,
daquele céu,daquelas águas. À esquerda o Tejo, os navios
que entram e saem, as frotas de barcos pescarejos,
a areia alva junto à beira de água....
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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

Viagens na Nossa Terra

1º Poema da Cidade
de Mendes de Carvalho


Torre de Belém
(Net)
Cidade de exactamente sete colinas e meia muito limpa por fora muito hospitaleira cidade bilhete-postal colorido para turistas cidade de gente pacífica muito ordeira cidade confusamente poliglota no aeroporto comercialmente muito às ordens de madame on parle français english spoken tudo aprendido em sessenta lições. Os turistas fazem belas fotografias visitam os Jerónimos e a Torre de Belém acham tudo magnifique beautiful vão ao fado e não entendem mesmo nada mas dizem très sentimental very romantic os americanos bebem port wine e compram numa esquina 55 kg de amor. No fim todos levam muitas recordações.

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Viagens na Nossa Terra

A L D E I A


Manuel da Fonseca

Nove casas, duas ruas, ao meio das ruas um largo, ao meio do largo um poço de água fria. Tudo isto tão parado e o céu tão baixo que quando alguém grita para longe um nome familiar se assustam pombos bravos e acordam ecos no descampado.

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

BOAS FESTAS -

Com carinho e amizade, a todos os Amigos que me visitam.
Votos sinceros para este Natal que se aproxima.

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domingo, 13 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

Proverbios


#-De Santa Catarina ao Natal, mês igual.
#-De Santos ao Santo André, um mês é;
de Santo André ao Natal, três semanas.
#-De todos os Santos ao Natal, bom é chover ou nevar.
#-Do Natal à Santa Luzia, cresce um palmo o dia.
#-Quem quer um bom alhal, semeá-lo pelo Natal.
#-Quem vareja antes do Natal, deixa azeite no olival.
#-Trinta dias tem Novembro, Abril, Junho e Setembro;
de vinte e oito há só um e os mais são de trinta e um.



quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Viagens na Nossa Terra


JANEIRO NO SUL


N e l s o n de M a t o s

É em Janeiro que o sul embranquece. Floram as amendoeiras
e na praia as giestas. A grande alfarrobeira
estende os braços pela terra arenosa e à sua sombra
me deito com a memória de uma grande infância
e na boca um gosto de distância.
Branco, o sul alarga-se pela borda do mar, os pardais
regressam e os lagartos enormes rastejando nas ervas.
É o tempo de respirar fundo e dizer baixinho
as palavras da felicidade. (...)
O sol ouve-se sobre a planície deserta.
E é quando enfim Janeiro regressa que todo o sul
embranquece como uma rainha coroada.

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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Viagens na Nossa Terra

Canção a Évora

Miguel Torga

Évora que não és minha
E que eu gostava de ter:
Moira cativa e rainha,
Que não pude converter!

Não tenho nas minhas veias
Nem o templo de Diana,
Nem a Praça do Geraldo,
Nem a brancura redonda
Da água das tuas fontes...

Tenho montes,
Vinho maduro e granito,
E esta certeza de ser
Filho de Cristo e de Judas.

Ah! Se eu pudesse mudar,
Já que tu, moira, não mudas!...

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sábado, 5 de dezembro de 2009

Viagens na Nossa Terra

Nazaré - O SÍTIO


De:
Raúl Brandão

O SÍTIO

Antes de me ir embora vou lá acima ao Sítio.
É uma aldeia branca e deserta, com o templo, a capela
e o penedo onde se deu o milagre. Do alto deste grande
morro descobre-se de aeroplano um largo panorama - o mar
infinito, a ampla baía formada pelos montes, a branca
Nazaré ao pé da areia, a toalha líquida do riozinho que se
espraia e detém ao chegar à costa, e do lado da terra os
eternos pinheirais donde emerge o cone mais agudo de
S. Bento, com a ermida e a guarida do vigia. Percorro as ruas
e a praça. O silêncio de uma povoação abandonada.
Só encontro o padre, duas mulheres e uma criança.
Os homens foram todos (mais de trezentos) para a
longíncua pesca do bacalhau, que dura de Maio até
Dezembro. Durante essa longa ausência, a mulher não
muda de roupa nem de vestido e nunca mais se deita na
cama onde dormia com o homem, que lhe leva a enxerga
para bordo; fica no chão com os filhos sobre esteiras. (...)

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Viagens na Nossa Terra


Nazaré



De: RAUL BRANDÃO

Do Valado à Nazaré são seis quilómetros, quase sempre através do
monótono pinheiral de El-Rei. É um majestoso templo que não
acaba e onde a solidão se torna palpável entre os troncos cerrados
e sob as copas espessas. Por fim, o caminho desce, passando
a pederneira, e avista-se lá em baixo a branca Nazaré
e o mar apertado num vasto semicírculo de montes verdes,
que mergulham no azul os alicerces. Ao norte,
o panorama acaba de repente num paredão temeroso,
que entra direito pelas águas e entaipa o céu.
É um morro avermelhado e riscado, com vegetação pegajosa de urzes
e de cardos e um penedo destacado na ponta - o bico do Guilhim.
Lá em cima, as paredes brancas duma aldeia árabe
entre as sebes de cactos hostis - o Sítio. Pedaços de rocha
salientes ameaçam desabar a toda a hora.....

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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Viagens na Nossa Terra


Beira Baixa




















De :
António Salvado

BEIRA BAIXA


Onde as searas cruzam o granito e a voz do longe é feita de suor.
A suave beleza solitária das oliveiras raras numa encosta.
A estranha consolação das giestas tão floridas em campos desolados.
E o verde esperança filho da sem esperança.
*+*+*+*+


sábado, 28 de novembro de 2009

Viagens na Nossa Terra


TERRA FRIA (Padornelos)
(Imagem da Net)



De: Ferreira de Castro
Terra Fria, onde não medrava árvore de fruto nem se colhia vinho, tirante o centeio, a batata, os nabais e duas couvezitas no quinchoso, o resto era uma pobreza. Padornelos, de sorte igual à de outras aldeolas barrosãs, parecia no inverno, uma grande pocilga. Tudo se apresentava negrusco, sujo enlameado. Nem telha a sorrir, nem pincelada de cal, nem planta ou janela florida. Terra para raiz só mais abaixo, nas margens do rio. Ali, os casinhotos sem quintal, prantavam-se uns junto dos outros, esburacados, velhos de séculos, só conhecendo renovação na palha que os cobria. Eram formados por lascas de xisto e granito, escurecidas pelos anos e arrancadas, outrora, à montanha.

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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Viagens na Nossa Terra


PORTO da minha infância

De: Teixeira de Pascoais
Lisboa em gesso Branco, o Porto em pedra escura, Sobre os abruptos alcantis do Douro; Esse rio que vem, de longe, solitário, Cobris-se de asas brancas de navios E de negros canudos de vapores. Encostados aos cais, depõem a férrea carga. Outros, vão demandando a barra e o farolim, Que dá uma luz, tão triste! em noites invernosas. Distante, no poente, esfuma-se uma nódoa, Em verdes tons fluidos que palpitam Numa névoa indecisa, vaga imagem Da tristeza do mar pintada em nossos olhos. Porto da minha infância! A primeira impressão que me causaste Tenho-a, cheia de espanto, na memória, Cheia de bruma e e de granito! É uma impressão de inverno, Sombra cinzenta, enorme, donde irrompe Alto cipreste empedernido, No meio de sepulcros habitados. (...) +++****+++

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Viagens na Nossa Terra

NOITE ALENTEJANA

De: Ema Adão Tavares

Devagarinho, o luar envolve a Terra
Como braços de amante o corpo amado.
E em êxtase profundo e perturbado,
Languidamente, a Noite, os olhos cerra.

Pelo horizonte, nu, sem uma serra,
Ondeia um véu de sombra opalizado.
E há um fremir d'amor imaculado
Na sedução que a Natureza encerra.

A luz tomba do céu, esplendorosa.
No silêncio da noite langorosa.
Sentem-se aromas leves, a pairar...

Sobem do chão eflúvios perturbantes...
E as hastes das espigas, ondulantes,
Enlaçam-se, trementes, a noivar...

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sábado, 21 de novembro de 2009

Viagens na Nossa Terra

Passarei a Postar diversos autores,referindo-se a diversos lugares, de Portugal.

É V O R A
(Imagem da Net)


De: Florbela Espanca

Évora! Ruas ermas sob os céus
Cor de violetas roxas...Ruas frades
Pedindo em triste penitência a Deus
Que nos perdoe as miseras vaidades;

Tenho corrido em vão tantas cidades!
E só aqui recordo os beijos teus,
E só aqui eu sinto que são meus
Os sonhos que sonhei noutras idades!

Évora... o teu olhar... o teu perfil...
Tua boca sinuosa, um mês de Abril,
Que o coração no peito me alvoroça!

...Em cada viela o vulto de um fantasma...
E a minha'alma soturna escuta e pasma...
E senta-se passar menina e moça...

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Proverbios

#-Mais vale estragar sapatos que lençois.
#-Mais vale a língua do mudo, que do mentiroso.
#-Mais vale a quem Deus ajuda, do que quem muito madruga.
#-Mais vale andar neste mundo em muletas, que no outro em carretas. #-Mais vale andar só que mal acompanhado.
#-Mais vale cautela que arrependimento.
#-Mais vale cedo que tarde e tarde que nunca.
#-Mais vale estar ao pé de um moinho que de um bom vizinho.

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domingo, 15 de novembro de 2009

Proverbios

#-Gato que nunca comeu azeite,quando o come se lambuza.
#-Gato a quem morde a cobra, tem medo da corda.
#-Gato escaldado de água fria tem medo.
#-Gato escondido com rabo de fora.
#-Gato miador não é bom caçador.
#-Gato com luvas não caça ratos.
#-Gato quando morde arranha.

#-Gato furtado,orelhas de fora.

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Proverbios

#- Homem magro e não de fome, fugi dele que é mau homem.
#-Homem em jejum, não ouve nenhum.
#-Homem honrado, antes morto que injuriado.
#-Homem e porco, só depois de morto.
#-Homem da Beira e besta muar, sempre tem coices para dar.
#-Homem com ramo no peito, asno perfeito.
#-Homem de barba ruiva, uma faz oura cuida.
#-Homem de bem. tem palavra de rei.
#-Homem prevenido vale por dois.



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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Proverbios


+.Galinha de aldeia, não quer capoeira.
+.Galinha e 'pirum' tudo é um.
+.Galinha gorda a maltês, ou é choca ou morta de mês.
+.Galinha gorda por pouco dinheiro, não há no poleiro.
+.Galinha pedrês, não a comas, não a vendas, não a dês.
+.Galinha que canta, faca na garganta.
+.Galinha que canta, quer galo.
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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Joaquim Pessoa


Nos olhos de Isa



Nos olhos de Isa a chuva grita e a noite


Acende fogueiras

.

Os meus olhos param. Nos olhos de Isa.


Oh, nos olhos de Isa espreguiça-se a madrugada


E o vento acorda para ajudar os pássaros a voar


E as árvores a acenar-lhes uma bandeira de folhas,


uma tristeza verde.


Nos olhos de Isa.


Nos olhos de Isa a manhã explode num inferno


de estrelas,


Num clarão de silêncio, em estilhaços de rosas, pétalas de


sombra.


Nos olhos de Isa os poetas vagueiam num bosque de mel


Onde as abelhas constroem a tarde


Desesperadamente.


Nos olhos de Isa ninguém repara na minha solidão.

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sábado, 31 de outubro de 2009

Proverbios


&- Formosura pouco dura.
&-Formosura de mulher, não enriquece o homem.
&-Formosura sem virtude é flor sem perfume.
&-Formosa é de rosto a que é boa de seu corpo.
&-Folgar galinhas, que morto é o galo.
&-Formosa sem amor e sol de Janeiro, andam sempre
atrás do outeiro.
&-Folguemos enquanto podemos, que noutra hora choraremos.

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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Proverbios

« Passarinho que na água se cria, sempre por ela pia.
« Passarinhos e pardais, todos querem ser iguais.

« Pássaro do campo, não quer gaiola.
« Pássaro que duas vezes cria, pelada tem a barriga.
« Pássaro que não canta, tem nó na garganta.

« Pássaro do mar em terra, sinal de vendaval.
« Pássaro que descansa tem fome e o que voa tem que comer.

« Passarinho que canta, muito suja o ninho.

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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Poesia de - PATRÍCIA TAZ


O MEU ÓPIO

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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Proverbios


%-Viúva nova e rica, casada fica.
%-Viúva rica, com um olho chora com outro repenica.
%-Zé Nabiça, quanto vê quanto cobiça.
%-Vinho azeite e amigo, o mais antigo.
%-Vinho doce, bebe-o como se nada fosse.
%-Vinho e medo, descobrem segredo.
%.Vinho mulheres e tabaco, põem o homem fraco.
%-Vinho, ouro e amigo, quanto mais velho melhor.
%-Vinho sobre melancia, faz pneumonia.
%-Vinho turvo, madeira verde e pão quente,

são três inimigos da gente.

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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Proverbios


#-Todos somos filhos de Adão e Eva, só a vida nos diferença.
#-Três, foi a conta que Deus fez.
#-Três coisas mudam o homem : a mulher, o estudo e o vinho.
#-Todos podem governar mas nem todos podem trabalhar.
#-Todos querem chegar a velho, mas..
ninguém quer que lho chamem.
#-Tome tino para que não diga algum desatino.
Tonel mal lavado, vinho estragado.
#-Tosse seca, trombeta da morte.
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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Patrícia Taz

Clik
Medo de Amar

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domingo, 4 de outubro de 2009

Proverbios

OUTUBRO

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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Joaquim Pessoa


Poema


De esperas construímos o amor intenso e súbito

que encheu as tuas mãos de sol e a tua boca de beijos.

Em estranhos desencontros nos amamos.

Havia o rio mas sempre ficávamos na margem.

Eu tocava o teu peito e os teus olhos e, nas minhas mãos,

a tarde projectava as suas grandes sombras

enquanto as gaivotas disputavam sobre a água

talvez um peixe inquieto, algo que nunca pudemos ver.

As nossas bocas procuravam-se sempre, ávidas e macias

E por muito tempo permaneciam assim, unidas,

Machucando-se, torturando as nossas línguas quase enlouquecidas.

Depois olhava-mo-nos nos olhos

No mais profundo silêncio. E, sem palavras,

Partíamos com as mãos docemente amarradas e os corações estoirando uma alegria breve

Quando a noite descia apaixonada

Como o longo beijo da nossas despedida.


Joaquim Pessoa

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Proverbios


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sábado, 26 de setembro de 2009

Poesia de - Patrícia Taz



NÓS

Tirado de um livro que uma amiga acabou de editar. Outros irão aparecendo.


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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Joaquim Pessoa


AMOR COMBATE

Meu amor que eu não sei. Amor que eu canto. Amor que eu digo.
Teus braços são a flor do aloendro.
Meu amor por quem parto. Por quem fico. Por quem vivo.
Teus olhos são da cor do sofrimento.

Amor-país.
Quero cantar-te. Como quem diz:

O nosso amor é sangue. É seiva. E sol. E primavera.
Amor intenso. Amor imenso. Amor instante.
O nosso amor é uma arma. E uma espera.
O nosso amor é um cavalo alucinante.

O nosso amor é um pássaro voando. Mas à toa.
Rasgando o céu azul-coragem de Lisboa,
Amor partindo. Amor sorrindo. Amor doendo.
O nosso amor é como a flor do aloendro.

Deixa-me soltar estas palavras amarradas
Para escrever com sangue o nome que inventei.
Romper. Ganhar a voz duma assentada.
Dizer de ti as coisas que eu não sei.
Amor. Amor. Amor. Amor de tudo ou nada.
Amor-verdade. Amor-cidade.
Amor-combate. Amor-Abril.
Este amor de liberdade.

Joaquim Pessoa


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Proverbios

SETEMBRO



















* Setembro, vindimar.

*Setembro que enche o celeiro, dá triunfo ao rendeiro.

*Setembro, ou seca as fontes ou leve as pontes.

*Agosto madura, Setembro vindima.

*Setembro molhado, figo estragado.

*Setembro, cara de poucos amigos e manhã de figos.

*Setembro, andando e comendo.

*Passar com cão, por vinha vindimada.

*Nem mulher casada, nem vinha vindimada.

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sábado, 19 de setembro de 2009

Joaquim Pessoa

A todos e a cada um dos meus amigos


Por um por todos por nenhum

faço o meu canto canto a minha mágoa

num desencanto aberto pelo gume

deste pranto tão limpo como a água.

Por nenhum por todos ou por um

eu dou o meu poema o meu tecido

de palavras gravadas com o lume

do medo que na voz trago vencido.

Por nenhum por um mesmo por todos

sou a bala e o vinho sou o mesmo

que pisa as uvas os versos e o lodo

num chão onde a coragem nasce a esmo.



Joaquim Pessoa



terça-feira, 15 de setembro de 2009

Proverbios

VINDIMAS


&-Até ao lavar dos cestos é vindima.

&-Folgar galinha, que o galo é na vindima.

&-Gaba-te cesta rota, que vais para a vindima.

&-O velho põe a vinha e o velho a vindima.

&-Poda em Março, vindima no regaço.

&-Quem com o demo cava a vinha,

com ele a vindima.

&-Quem em ruim parte tem a vinha,

às costas tira a vindima.

&-Rainha é a galinha,que põe os ovos na vindima.

&-Ramo curto, vindima longa.

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domingo, 13 de setembro de 2009

Homenagem a Jorge de Sena

Azulejo a Jorge de Sena
situado em Aveiro




A Portugal

Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
A pouca sorte de nascido nela.

Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.
............................................
....................................................

Etc .Etc. Etc.

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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Proverbios





















* Mulher de mais má pinta, é a que mais a cara pinta.
* Mulher de cego, para quem se enfeita?.
*Mulher janeleira, raras vezes encarreira.
* Mulher de muita igreja, Deus nos proteja.
* Mulher que ao deitar e se sentar diz "há",
e ao subir e levantar diz "upa",
inda queres casar filha da puta.
* Mulher de nariz arrebitado, é levada do diabo.
* Mulher que a dois ama, ambos engana.
* Mulher e cão de caça,
procurai-os pela raça.
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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Joaquim Pessoa

Eu sei, não te conheço mas existes

Eu sei, não te conheço mas existes.
por isso os deuses não existem,
a solidão não existe
e apenas me dói a tua ausência
como uma fogueira
ou um grito.

Não me perguntes como mas ainda me lembro
quando no outono cresceram no teu peito
duas alegres laranjas que eu apertei nas minhas mãos
e perfumaram depois a minha boca.

Eu sei, não digas, deixa-me inventar-te.
ao é um sonho, juro, são apenas as minhas mãos
sobre a tua nudez
como uma sombra no deserto.
É apenas este rio que me percorre há muito e desagua em ti,
Porque tu és o mar que acolhe os meus destroços.
É apenas uma tristeza inadiável, uma outra maneira de habitares
Em todas as palavras do meu canto.

Tenho construído o teu nome com todas as coisas.
tenho feito amor de muitas maneiras,
docemente,
lentamente
desesperadamente
à tua procura, sempre á tua procura
até me dar conta que estás em mim,
que em mim devo procurar-te,
e tu apenas existes porque eu existo
e eu não estou só contigo
mas é contigo que eu quero ficar só
porque é a ti,
a ti que eu amo.
Joaquim Pessoa
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